Entre abril e junho, os investidores conferiram avaliações superiores a US$ 1 bilhão para um recorde de 136 startups, segundo dados da CB Insights

Por Miles Kruppa

O número de startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão — informalmente conhecidas como “unicórnios” — teve forte elevação no segundo trimestre, graças aos aumentos no tamanho e no ritmo dos investimentos de capital de risco, observados na esteira do grande sucesso de várias ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) nos Estados Unidos.

Entre abril e junho, os investidores conferiram avaliações superiores a US$ 1 bilhão para um recorde de 136 startups, segundo dados da CB Insights, um número superior ao observado em todo o ano de 2020.

1 de 1 — Foto: Austin Distel/Unplash

A maioria dessas empresas de capital fechado que chegou a essa marca está nos Estados Unidos, como o “marketplace” (shopping virtual) de financiamento Pipe e o aplicativo de calendário social IRL. A Ásia é lar de 33 das empresas que chegaram a esse valor durante o trimestre, em comparação às 29 de todo 2020.

As startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão proliferaram-se depois de investidores com muito dinheiro terem se acostumado a pagar altos preços por participações em negócios iniciantes. O aumento nos valores pode intensificar os receios quanto a um superaquecimento das empresas de tecnologia de capital fechado, além de estimular metas difíceis de cumprir pelos fundadores das startups.

Os investidores em capital de risco dizem que os altos valores são reflexo da influência de empresas como a Tiger Global Management, que está em meio ao processo de levantar um fundo de tecnologia de US$ 10 bilhões para empresas de capital fechado, e da ótima recepção nos mercados públicos para as empresas que emitiram ações nos últimos dois anos, mais notavelmente o grupo de softwares Snowflake e o Airbnb, em 2020.

“As avaliações estão altas e há muito capital no mercado”, disse Laela Sturdy, sócia-geral no CapitalG, um fundo de tecnologia que administra dinheiro para a Alphabet. Mas muitos investidores também subestimaram o efeito da computação em nuvem e de outros desenvolvimentos tecnológicos, disse Sturdy, “o que resultou em oportunidades muito maiores do que todos imaginavam”.

 

Recorde de recursos

As startups encaminham-se para dobrar o recorde anterior de recursos levantados em um ano, observado em 2020, quando a pandemia acelerou os investimentos em negócios de tecnologia. Os investidores injetaram US$ 292,4 bilhões em participações minoritárias em empresas de capital fechado mundialmente durante a primeira metade do ano, quase igualando o total de todo o ano passado.

O volume foi impulsionado por algumas operações enormes nas rodadas de financiamento dos maiores unicórnios. As rodadas superiores a US$ 100 milhões representaram 60% do capital total levantado na primeira metade de 2021, mas apenas 5% do número total de operações.

“Quando uma empresa parece estar ganhando, muito capital flui ou deseja fluir para ela”, disse Anand Sanwal, executivo-chefe da CB Insights. “Simplesmente, há muito capital por aí e não há oportunidades suficientes.”

A Tiger Global fez mais investimentos em startups do que qualquer outra empresa durante o trimestre, entrando em 81 operações, o equivalente a cerca de 1,3 operação por dia, de acordo com a CB Insights. É oito vezes mais do que no mesmo período de 2020.

Em junho, a Tiger Global informou os investidores de que “se empenhou em manter-se disciplinada, deixando passar oportunidades” que considerava boas para “executar [apenas] as ótimas”, segundo uma carta à qual o “Financial Times” teve acesso.

Fonte: Valor Econômico

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