No Web Summit, executivos da Siemens mostram o que falta para a IoT engrenar de vez. Dica: tem tudo a ver com as pessoas, não com a tecnologia

 

 

Quando se fala em Internet das Coisas (IoT), costuma-se falar sobre sensores que fornecem dados que são organizados em uma plataforma e disponibilizados em algum tipo de aplicativo. Essa pode ser uma definição correta (embora simples) do ponto de vista tecnológico, mas que fica longe de explicar o impacto que a tecnologia tem sobre o dia a dia das pessoas.

Para Peter Körte, CTO e Chief Strategy Officer da Siemens, a IoT não é uma solução mágica para os problemas, e sim uma peça fundamental da transformação digital dos negócios. “É uma forma de permitir que as coisas interajam umas com as outras para automatizar e dar mais inteligência aos negócios. É uma parte importante de um ecossistema, mas não uma solução mágica”, explica.

Em sua apresentação durante o Web Summit 2020, que acontece online nesta semana, Körte conversou com Aymeric Sarrazin, CEO da Siemens Advanta, e saiu do lugar comum ao colocar a IoT no contexto de transformações mais amplas. “Quando associada à Inteligência Artificial e à digitalização de processos e pessoas, a IoT tem um potencial incrível, mas ela sozinha não vai muito longe”, comenta.

Também é por isso que a tecnologia ainda não cumpriu seu potencial. “Há projeções que apontam para um mercado de IoT três vezes maior que a indústria global de aviação”, diz Sarrazin. “Se estivéssemos nesse ponto, veríamos IoT em toda parte, e não é o que acontece hoje”, analisa. O problema, na opinião dos executivos da Siemens, é que poucos projetos de IoT ganharam escala. “Muita gente está fazendo testes, aprendendo como funciona, descobrindo aplicações no mundo real. Já há um volume interessante de protótipos, mas como a IoT seguiu o caminho da economia ágil, com MVPs e testes rápidos em vez de grandes projetos, não se percebe a magnitude do que está sendo feito”, comenta Körte.

O próximo passo é passar dos testes para impactar os negócios em uma escala mais significativa. O que, em alguns casos, pode ser inviável. “Fizemos um teste em uma usina de energia, com IoT para identificar anomalias nas redes. O problema é que o tempo necessário para treinar o algoritmo, nesse caso específico, seria de décadas. É por isso que digo que a Internet das Coisas pode ter um impacto relevante, mas quando aliada a outras tecnologias e não como uma solução para tudo”, afirma o executivo.

 

A caminho da maturidade

Além de colocar uma pá de cal na ideia de que IoT é uma “bala de prata” que sozinha resolve tudo, os executivos da Siemens foram pragmaticamente alemães ao falar do desafio de popularizar a tecnologia. “IoT precisa ser fácil de usar, para que se torne popular. Hoje não é ainda o que acontece: atualmente, ainda é muito complicado trabalhar com IoT, porque nada existe em escala, os padrões ainda não estão 100% definidos e cada projeto é único”, diz Körte.

Ele, porém, é otimista. “A mesma coisa aconteceu com diversas tecnologias, que no início eram complicadas e hoje são muito simples de usar. Toda tecnologia depende das pessoas, da facilidade e dos riscos de operação. Precisamos fazer muita coisa ainda do ponto de vista cultural, para que a IoT se torne muito fácil de usar e ganhe escala”, comenta.

 

Confira a cobertura completa do Web Summit 2020 no site do OASISLAB.

 

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3 respostas

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